quarta-feira, maio 31, 2017

ARQUITECTURAS POPULARES. E OS SABER-FAZER?


esta imagem foi tirada no ano 2005 no território do Rosmaninhal, no interior de uma pequena casa (espaço da cozinha), de piso térreo, construída e lajeada em xisto. a tarefa que tive o cuidado de documentar desde a escolha do local onde foi extraído o barro até à técnica de mistura com água e respectivos gestos técnicos de "caiar" o interior da casa com uma arcaica vassoura de giesta, são para mim hoje documentos de uma importância absolutamente extraordinária. no sentido em que neste curto espaço de tempo de cerca de 10 anos, estas pessoas que habitavam o campo no sentido pleno e quase animista do que significava compreender o meio envolvente na sua totalidade, com uma linguagem corporal que ganhava arcaicas expressões, nos gestos, nas formas mais simples de olhar o cosmo, a vida e a morte, deixaram definitivamente o campo e com elas dilui-se toda uma forma de experiênciar o mundo (o pequeno-grande-mundo). e neste mundo estão os olhares mais interessantes de tudo aquilo que é um compêndio de conhecimentos de uma paisagem...

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